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Mostrando postagens de janeiro, 2012

O dilema e a beleza no cinema

Aqui no Rio, é sempre muito díficil ir ao cinema. A cidade é exógena. Te chama para fora. Principalmente com o sol. Nestes dois dias de chuva, consegui ver "A Separação" e "A Música sengundo Tom Jobim". São filmes distintos, mas com uma intensidade dramática muito parecida.  No primeiro, não é apenas um retrato da sociedade iraniana, mas da alma humana. Todos os personagens são tão íntegros em suas convicções, crenças, caráter que aquela nossa mania de apontar o que é certo e errado se dilui a cada cena. Quando se pensa em tomar partido de um, aparece um detalhe, um olhar, uma frase que faz ou mudar de ideia ou duvidar que o partido tomado é o melhor. O público é colocado na posição de juiz mas é tão incômodo, pois a cada 24 quadros, os personagens se mostram mais humanos: sofrem, disfarçam, mentem, refletem, se expõe, tornam a mostrar seus sentimentos, escondem novamente. Um carrossel de almas refletidas em uma câmera frenética, intensa, acusadora. A gente sai forç

Muito é suficiente!

Mais um revéillon inesquecível....sabe daqueles que nem deu tempo fazer pedidos? Eu só via cada desejo mais profundo meu se realizando mais rápido que a contagem regressiva. Casa cheia de amigos. Meus pais. Meus sogros. Mesa farta. Bebida, idem. Uma alegria no ar. Uma energia reconfortante. Tudo fluia com uma serenidade incrível. Depois a meia-noite, o sonho concreto de um belo anel no dedo. Meu querido fez tudo direito de novo. Ele tem aquele jeito calabres meio bravo, mas tudo o que faz é em grandes doses: dos gritos aos lindos gestos de amor. Ontem, fiquei tentando entender porque tudo tem de ser muito, beirando ao exagero. E na verdade, comecei a olhar de outra maneira. Porque temos de ser comedidos com a vida? Porque temos de fazer dietas em fez de nos empaturrar de comida boa? Porque temos de economizar se o dinheiro só serve para nos proporcionar o mínimo de bem estar? Porque temos de reprimir nossos sentimentos no lugar de gritar para o mundo nosso amor e até nossa raiva? Porqu