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Mostrando postagens de novembro, 2010

O fanatismo do futebol

Futebol aqui e na Itália é uma paixão nacional. Já falei  dos dois times de coração: do Corinthians e da Internazionale. Foi uma super emoção ver um jogo no San Siro, mas nada se compara acompanhar o Timão no Pacaembu. O estádio é muito menor, mais aconchegante e a torcida gritando, cantando, empurrando o time. A vitória em 2 x 0 para o Vasco ainda é pouco para ganhar o Campeonato Brasileiro. O que vale foi todo o entorno. O programa foi familiar: eu, meu pai, Ana Lúcia, Malu, João Francisco e Mário. O garoto entrou no campo com dezenas de outras crianças. Pegou na mão do Bruno César. Tirou foto com os jogadores. Vimos ainda o Ronaldo no vestiário. Gritamos até ficarmos roucos. Tomamos sorvete. Xingamos o juiz. Meu pai que frequenta o estádio e o Corinthians há mais de 30 anos abriu essas portas e me fez reviver os ótimos momentos da minha infância e adolescência nos campos de futebol por esse Brasil afora. Enfim, uma tarde de catarse e felicidade que só o futebol pode proporcionar sej

A guerra travada no Rio de Janeiro

Díficil ter uma opinião formada em um problema com tantas nuances como a questão do tráfico e dos traficantes no Rio. Díficil também não se manifestar em um momento como esse. E mais díficil ainda é lidar com esse sentimento ambígo que envolve guerra em uma País dito pacífico. Mas não tem jeito: o problema só se resolve quando se começa a encarar de frente. E é isso que a polícia está fazendo. Dando a cara para bater e, infelizmente, morrer. Já foram 49 vidas em uma semana e sabe-se  lá qual será o saldo final desta batalha. Agora com a tomada da Vila Cruzeiro, o território está delimitado. O complexo do Alemão será o nosso Haiti. A decretação da prisão dos advogados de Marcinho VP que supostamente trouxe os bilhetes que ordenavam os ataques aos ônibus que desencaderam essas ações, lembra a prática italiana conhecida como pizzini. Meu namorado me contou que foi inventada pelo o mafioso Bernardo Provenzano, que escondido por mais de 30 anos usava esse recurso para se comunicar com seus

A generosidade de Caetano Veloso

Estou muito cansada depois de um dia de trabalho longo. Mas ainda inebriada pelo show do Caetano Veloso e da Maria Gadu ontem à noite no Vila Funchal. O Caetano é um capítulo à parte em minha vida. Ele tem permeado meus sonhos, minhas conquistas, meus desejos e aqui e ali nossas vidas vão se tocando. Da forma de fã para ídolo. Na de amigo. Na de desconhecida. Ele tem um poder que exerce pelo seu talento ms não imagina os pequenos detalhes. Cheguei a namorar um cara porque ele se parecia com o Caetano. Em meu casamento, lá estava ele na trilha sonora cantando "Eu sei que vou te amar". O nome do meu cachorro é uma singela homenagem.  Com o show, ele mostrou mais uma vez a sua versatibilidade e sua generosidade. Ele está sempre perto de jovens talentos como Gadu ou a banda Cê e de Zii e Zie. Faz show e parcerias ecléticas como Jorge Mautner, Milton Nascimento, Roberto Carlos, Gil. Canta em inglês, espanhol, italiano. Sua voz, com o passar dos anos, tem ficado mais aveludada e co

Senna: uma paixão mundial

Ayrton Senna sempre será o melhor piloto de todos os tempos. Ponto e basta. Pode vir Schumacher, Hamilton, Vettel, nada e ninguém superará o talento, o carisma, a inteligência e acima de tudo o caráter dele.  O filme "Senna" resgata cenas fantásticas desta história singular. Me fez lembrar do porquê que eu gostava tanto de F'órmula Um. De como eu trabalhei produzindo um programa que se chamava Pit Stop e todas as corridas de domingo com um quarteto fantátisco: Marcello D'Angelo, Mário Andrada e Silva, Mair Penna Neto e Jan Balder. Foram manhãs de domingo memoráveis e ver o filme, lembrar daquelas provas, como o GP do Brasil que estávamos todos lá, me trouxe boas recordações. Fiquei bem impressionada com as cenas registradas. Cada detalhe, cada diálogo, cada olhar, reforçando o duelo Prost e Senna, mostrando o gênio de Piquet, a timidez de Barichello e os fatos que marcaram aquele fim de semana trágico. Quatro acidentes, duas mortes. Estava tudo errado com aquele espor

Brigadeiro é irresistível

Ontem, levei minha amiga Roberta no Capim Santo para que ela experimentasse um pouco mais da comida brasileira. Abrimos o almoço com uma tradicional tapioca que ela não achou a menor graça. Eu, particularmente, adoro. Ela gostou demais do ambiente, das jabuticabas, da carne seca. Esses ingredientes tão brasileiros encantam qualquer um que tem o prazer de experimentar. Nós, por causa, da proximidade da culinária italiana, já nos acostumamos com a pasta, o tomate, o manjericão, o azeite, o vinho. Há ainda um vasto universo degustativo ainda a ser descoberto em cada visita que faço por lá. Mas não chega ao estranhamento deles diante de um caju, de um queijo coalho, de um acarajé bem temperado. Tive mais uma prova disso na hora da sobremesa, quando experimentamos os brigadeiros tradicional, de pistache e de castanha do Pará. Mesmo com medo de engordar, não tem jeito mesmo, é impossível não gostar e não comer mais e mais. Aqui sete receitas de brigadeiro para fazer e se esbaldar.

Felicidade é sim um estado de espírito

A gente sempre aprende a se conformar com menos. Estamos cansados de ouvir que não há felicidade, mas só momentos felizes. Que sempre quando a gente está feliz, acontece alguma coisa. Que na verdade, a felicidade é algo que só devemos almejar, mas nunca efetivamente ter. Pois bem! Essa regra foi devidamente quebrada este ano. Um sensação de bem estar que toma conta de mim ao amanhecer, um sorrisso que nasce no meio do dia, uma tranquilidade na volta para cansa, uma paz constante, fazem parte do meu cotidiano. Fui aprendendo com os italianos, aliás, o mérito é de "um italiano" ( o meu!!!) do prazer de viver a vida a cada minuto. Do olhar feliz frente a um bom prato de massa. Da risada gostosa depois de alguns copos de vinhos. Do bem vestir. Da boa conversa. Da forma de levar a vida leve, gostosa, engraçada. O que posso dizer é que eu aprendi a aceitar a ser feliz. Esse italiano me faz feliz. E não importa onde estivermos, é esse sentimento que quero perpetuar em minha vida.

Vedendo, facendo

Se existe uma frase que permeiou nosso relacionamento durante esses 11 meses, foi essa. Vamos vendo e fazendo. A cautela estava presente dos dois lados desde o primeiro dia. Da minha parte, por medo de sofrer mais um tombo, ficava pondo limites taxando o encontro como "farra de reveillon", "amor de verão", "fantasia de carnaval". Ele, que sempre veio ao Brasil atrás de mulheres, ao me encontrar, também achava que seria mais uma aventura. Nos planos iniciais de uma viagem aqui, outra lá, muitas coisas mudaram. Ele acabou vindo muito mais para o Brasil do que eu para a Itália. O que não mudou era que esperaríamos até o final do ano para saber se iria ou não vingar. Vingou. Estamos juntos, queremos estar juntos e estamos nos preparando, agora fisicamente, para continuarmos juntos. Colocando baixas expectativas, vivendo sempre o presente, aproveitando cada minuto no Skype, na minha casa, na casa dele, conseguimos deixar isso mais leve, mais feliz e mais fácil

Design brasileiro em Milão

Já tinha comentando sobre a exposição dos irmãos Campana em Milão. Agora quem estará no Salão Internacional do Móvel são os paraibanos Sérgio Matos e Anny Isabelle de Araújo Ramalho. Eles apresentam  o banco Ianomâmi, peça de inspiração étnica que valoriza a identidade brasileira, vencedora da 1ª edição do Prêmio Sebrae Minas Design, em 2009. Ele ficará exposto no Salone Satellite, um dos pavilhões da feira, dedicado aos jovens designers.O banco é feito de aço, madeira compensada laminada com madeira natural, vime e couro.Lindinho de tudo! Aqui em São Paulo, é comercializado pela Amazônia Fibras Naturais, loja especializada na venda de produtos sustentáveis, do ponto de vista ambiental. Dá o maior orgulhao ver esses trabalhos na terra do design!

A importância da família

A família italiana tem bases muito sólidas e a sua formação, manutenção e criação são defendidas fortemente. Mesmo com o nascimento de novas famílias com o advento do divórcio e a aceitação do homosexualismo, a preservação de um núcleo familiar e seu envolvimento com os novos membros é intenso. E coração de mãe italiana só não é maior do que o coração de mãe judia. As famílias brasileiras de origem italiana conservam esse traço de generosidade, afeto e confiança. A minha, pelo menos é assim. Sempre cabe mais um. E a do meu namorado, sempre cabe mais 10. Desde o primeiro encontro, os nossos pais receberam um a outro de braços abertos e os quatro também se deram super bem. Esses dias de vários aniversários, foi uma troca de carinho por todos os lados. Ontem, foi aniversário da tia Clara, que também fez 70 anos, mandei um pequeno presente e gentilmente ela ligou para agradecer. Aquilo me comoveu demais. De novo, desde que esse relacionamento iniciou, a cada dia aumenta o sentimento de per

Aniversário triplo

A semana começou com muitas comemorações. Do outro lado do Atlântico, minha sogra e o Sérgio, primo do Nato, adotado por mim no primeiro dia que nos conhecemos, fizeram aniversário dia 31 de outubro e ontem, dia 3, foi a vez da minha mãe. Saímos para jantar em um restaurante italiano com uma comida de primeira. Rolou massa, peixe, vinho, muita conversa em tom acima da média e risadas. Nato tinha comprado uma Veuve Clicquot Rosé que foi aberta na hora do bola. Enquanto comíamos aqui, lá, o Sérgio também promoveu um jantar regado a bebida e a jazz. Para ficar bem diferente, exigiu que todos fossem de black tie. Smoking em jantar de quarta-feira só mesmo em Milão. Aqui, nossa informalidade e clima pedem roupas mais casuais, sem perder a elegância das nossas raízes italianas. Um brinde à aniversariante!

A visão de uma italiana no Jardins

Roberta é nova hostess do restaurante Serafina . Eu a conheci em Pietrasanta há duas semanas e ela chegou agora sem falar nenhuma palavra em português. Os donos acham que isso pode ser uma boa maneira de fazer PR. A semana que vem, a cidade estará cheia de turistas por causa da Fórmula Um e a Ferrari vai promover uma festa lá. Até aí , ok. Ontem, jantamos com ela e escutamos as suas primeiras impressões. Além da dificuldade natural com a língua, ela ainda está achando tudo engraçado, comentou que estranhava porque as pessoas se vestiam todas iguais. Os homens basicamente de camisas polos listradas e as meninas de vestidos curtos pretos. Isso é mesmo uma verdade, pois estamos falando de um nicho do nicho. Só fico preocupada com a imagem que ela vai construir do Brasil levando em conta estar em São Paulo, nos Jardins, em um lugar considerado fashion, ou seja, um retrato de 0,0001% da população brasileira que sim : se vestem iguais, tem os mesmo carros, fazem as mesmas viagens de férias

Caetano: um cachorro demais

Caetano esse fim de semana protagonizou cenas de ciúmes e de encantamento. Muita gente fala que o cachorro fica com o jeito da dona. Bem o meu é cara e focinho! No sábado de manhã, quando o Nato chegou, ele subiu para o quarto. Pedi, chamei , implorei para que ele descesse. O cachorro parecia uma estátua. Não se mexia por nada. O Nato teve que descer para que ele o acompanhasse. Depois, deixamos o portãozinho aberto e ele, educadamente ou com raiva, não fez nenhum movimento para subir. Ontem, na casa da Sofia, Caetano resolveu dar uma de Clô, conhecer o Jardim América e fugiu por baixo do portão. O segurança trouxe de volta. A bronca que levou em italiano foi engraçadissima. Mas, ele entendeu tudinho e ficou murchinho do meu lado. À noite, para provocar, assaltou o armário e roubou sabe o que? Os dois marrons-glacês que eu ainda tinha guardado. Eu queria matar o bichinho que desta vez foi salvo pela risada gostosa do Nato. Esses dois fazem a minha vida muito mais feliz!

Mais um fim de semana se foi

Essa visita foi rápida e intensa como sempre. Namorar à distância pode signficar longos dias sem se ver ou também encontros relâmpagos para matar a saudade. E aí vem a ambiguidade. Fico feliz de ele estar aqui e triste porque vai embora. Acho que é uma loucura vir ao Brasil ficar dois dias, mas adorei passar o fim de semana com ele. Temos que viver a nossa vida "normal" e ao mesmo tempo dedicar-se inteiramente a ele. Fazer dieta ou saborear uma picanha pois é o prato preferido dele. Chorar de saudade e de felicidade. Se despedir no aeroporto e já esperar por dezembro. Cada vez mais, estamos ligados. Guardo comigo até dia 04, o sorriso maroto, o bom humor, o cuidado, a graça e o carinho. Sempre faço um pequeno estoque desses pequenos gestos até o próximo encontro. O que posso dizer é que eu e Caetano, vamos sentir muito, muito a sua falta. Volta logo, italiano!