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Mostrando postagens de 2011

Feliz Natal

Chega mais um Natal e agora a festa será aqui. Os costumes brasileiros misturados as tradições italianas. Sai o peixe, entra o bacalhau. Da carne, ficam oeru, tender, frango. Mesa toda posta no lugar de primeiro prato, segundo prato, etc. Aqui a missa é as 21h. Lá a meia noite. O que não muda são os votos de união, o respeito à família e a reverência ao nascimento de Jesus.

Por do sol carioca

Essa cidade é particular mesmo. Cada por do sol por aqui é motivo de festa. Mesmo que seja em uma segunda-feira. Na verdade, acho que por ser segunda-feira, o espetáculo da natureza tem mais força para nos lembrar que se a semana começa assim, com certeza será ótima. Quando o entardecer deu suas caras na Praia de Ipanema ontem, a orla e a praia estavam lotadas. Pessoas iam pouco a pouco deixando seus afazeres de lado, suas preocupações, suas dúvidas, sacando suas câmeras fotográficas e celulares e como em um movimento lento e sincronizado se viravam em direção ao Morro Dois Irmãos esperando o sol desaperecer no mar. E aí foi uma explosão de aplausos, assovios, gritos....parecia uma ola de final de campeonato. Um movimento natural, mas sincopado e afinado. Uma emoção sem igual. Um tributo a vida e a esperança que um dia melhor ainda chegaria.

Final de Campeonato

Sou corinthiana e estou vivendo uma situação atípica. Nosso adversário é o Vasco. Está certo que o quadro é favorável ao Timão, mas aqui no Rio de Janeiro isso é quase um detalhe. Só se fala na força do Vasco, na sua energia, na sua recuperação. A rivalidade Rio X SP toma conta das conversas. O mais engraçado que os dois times vão jogar contra seus arquiinimigos. Dois clássicos: Corinthians X Palmeiras. Vasco X Flamengo. Qual é a posição destes adversários? Impedir a vitória alheia entregando o título para o outro estado? Entregar o jogo e ver seu rival ser campeão às custas de uma derrota? O melhor seria o empate geral e claro, Timão Campeão. Aqui não tem as nuances de cinza que falei. Só um leva o caneco. Fazendo um paralelo com a vida em geral, é bom que em um relacionamento ninguém precisa ganhar de ninguém. O empate é sempre uma boa saída. E se o outro vai lá e faz um gol no trabalho, é motivo de comemoração e de correr atrás para que você também se sai bem. E se rola uma contus

Tons de cinza

Quinta-feira, Dia de Ação de Graças, um sentimento de gratidão e de felicidade havia me invadido. Era um dia lindo de sol, a brisa na praia era suave, o trabalho tinha sido agradável, o jantar saboroso. Na sexta-feira, veio o reverso da moeda. Um dia nublado, vento de derrubar a roupa na varanda, não almocei e ainde perdi meu celular no hall do meu prédio. É engraçado que mesmo sendo aquele objeto que eu mais gostava - tinha até capinha rosa - era e continua sendo um objeto. Mesmo assim, uma certa melancolia tomou conta de mim. Pela desatenção e acima de tudo por quem pegou e não entregar na portaria. Fica uma insegurança e também um pouco de descrédito no que acredito ser um valor máximo do ser humano: a honestidade. Ter essa fé arranhada doí mais do que o prejuízo em si. Mesmo porque já estou com outro chip e outro aparelho que ganhei ( tá vendo como nem dá para reclamar????) . Mas hoje eu acordei com esse questão de dois dias tão diversos, refletidos inclusive no tempo. Sempre apren

Civilidade=mobilidade

Hoje experimentei o programa Mobilicidade tem aqui no Rio. Como em outras grandes capitais mundiai, ele oferece bicicletas a preços camaradas (10 reais o mês) para circular por uma hora direto. E é uma maravilha. Simples e funcional. Você se inscreve no site , liga para um telefone, informa localização e número da bicicleta e voilá. Lá vai você com sua magrela pela orla de Copacabana, Ipanema, Leblon e Lagoa. O serviço deve ser chegar em outros bairros e é uma alternativa ao transporte público. Neste feriadão, o objetivo mesmo era lazer. Tinha um pouco de garoa, mas o passeio valeu mesmo assim. Vale lembrar que esta é a segunda tentativa de implantação do programa. A primeira deu errado pois a maioria dos bikes foi roubada. Agora estão pintadas de laranja  bem forte com a marca Itaú bem grande para ser mais fácil achar por aí. Para um passeio avulso, custa 5 reais a hora. Ou seja é tão barato que quem sabe sensibiliza as pessoas a usarem e devolveram tendo mais esse benefício para todo

Receita de um bom domingo

Amanhecemos com a ressaca do medo da invasão da Rocinha e terminanos o domingo cantando e dançando. Como essa transformação se deu? A convocação partir de um SMS disparado aos amigos que estavam na cidade. Nato e eu temos um espírito agregador e gostamos de ter companhia. No Rio, mesmo que já faz seis meses aqui, notamos uma certa rotatividade. Pessoas que você encontra uma vez e depois, sequer dá um telefonema. Ficamos meio assustados e apreensivos se não íamos conseguir manter um círculo de amigos como tinha em São Paulo e em Milão. Por isso, o caminho mais fácil foi se juntar aos outros expatriados e a casa se tornou uma espécie de consulado italiano. Mas, neste domingo, a globalização reinou por aqui com cariocas, paulistanos e italianos. O ingrediente principal desta reunião feliz foi sem dúvida nenhuma a amizade e o espírito despojado de cada um se doar e se abrir ao outro. Conhecer novas pessoas, rever velhas amizades, aprender outras formas de viver, ouvir histórias, abrir seu

Tá dominado!

Hoje acordamos cedo e corremos a ligar a televisão. Eu queria saber como havia sido a ocupação das favelas da Rocinha e do Vidigal, se havia tido resistência, se houve mortes, se a população estava tranquila. Meu namorado já queria saber se a ligacão para a Barra estava liberada para podermos ir para a praia de Grumari. Olhando tudo que aconteceu, parecia meio óbvio que  além de um pouco de óleo jogado na pista, não haveria bandidos por ali esperando serem presos depois de tanto alarde durante toda a semana. Acho que a estratégia da polícia funcionou. Mas dois detalhes me chamou a atenção: ontem, no cabelereiro, um dos funcionários é morador da Rocinha e eu pergunto toda preocupada: "como estão as coisas por lá?" A resposta me surpreende: " Estamos muito tristes com a prisão do Nem. O Natal será mais pobre. Você não imagina como ele era bom para a comunidade. A festa do dia das crianças foi espetacular". Lembrando que o traficante Antônio Bonfim Lopes, chefe do trá

Casa Cor - Rio de Janeiro

Some um lugar supreendente: um casarão da década de 1910, no bairro de Botafogo, tombado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac),  pé-direito altíssimo, as imponentes portas, janelas e colunas, as boiseries e os azulejos originais, a criatividade de 85 arquitetos e o resultado são 61 ambientes de cair o queixo. O Palacete Linneo de Paula Machado que foi a residência da tradicional família Guinle até 2005 ganhou ares modernos em alguns espaços enquanto em outros se aproveitou da beleza existente nos 4 mil m² de área construída. Um pouco dadaísta demais com cadeiras penduradas no teto, lustres feitos de garrafas, cadeiras expostas em cima de mesas elevadas, um clima de non sense que só é permitido em mostras como essa que faz vc sonhar e se inspirar. Na área externa, os jardins de 50 mil m² cercados de Mata Atlântica ganharam uma champanheira , uma estufa modelo e claro muitas espreguiçadeiras para relaxar e curtir o local. Visita mais que recomendada. Corre lá! V

Momento Italia/Brasil

Foi dada a largada para o Momento Itália Brasil que terá de outubro desde ano até 2012 mais de 200 eventos da cultura italiana nas mais diversas áreas, da culinária ao design, da moda a fotografia, dos pintores aos cantores. Será mais um passo na aproximação deste dois países que são mais que irmãos. Aqui na região sudeste e sul, a maioria da população brasileira tem algum sanguinho italiano correndo na veia de alguma parte, mesmo remota da família. No meu caso, meu namorado brinca que eu não tenho é sangue brasileiro já que descendo de italianos casados com italianas. Mesmo assim, nosso hábito sagrado de comer macarrão as domingos no almoço e pizza à noite já entrega o nosso pé na bota. Bem, falando do espetáculo que abriu essa série de comemorações, foi neste sábado (15 de outubro), na Cinelândia, no Rio de Janeiro. Chovia demais e mesmo assim, foi emocionante. "Ensaio sobre a beleza" foi concebido pelo italiano Valério Festi que tem em seu currículo abertura de jogos olímp

A favor da diversidade

O Rio é uma cidade múltipla e aberta as mais diferentes tipos de pessoas, manifestações, jeito de viver e de se vestir. Tive a oportunidade de presenciar isso em dois eventos seguidos: a Parada Gay no domingo e a palestra de Jean Paul Gaultier na segunda, promovida pelo Fashion Rio e FFW no Espaço Tom Jobim. A roupa aqui ganha um caráter quase político nas duas situações. Para serem aceitos nas suas escolhas pessoais, os gays se "montam" em fantasias femininas cheias de humor e de beleza e se tornam iguais as mulheres ( mesmo que de uma forma caricaturada). Para ser aceito como diferente no mundo fashion, Gaultier preferiu o caminho oposto: acentuar ainda mais essas diferenças flertando com o mundo punk, burlesco, das mulheres gordas, dos andróginos. Na palestra, ele afirmou que isso tudo era uma homenagem as mulheres. Para que neste cenário eclético, as características femininas pudessem sobressair. Assim como na parada, o importante era realçar esse lado que é tantas vezes

Lá vai o gênio

Morre Steve Jobs. Perdemos o Leonardo da Vinci do Século 21. Soube da morte dele no meu iPhone. Escrevo esse post no iBook. Acabei de subir da minha corrida diária feita ao som do iPod. Walter Longo que por uma destas coincidências na vida está em Cupertino escreveu que sentia como a morte de um parente. É esse mesmo o sentimento. Tudo o que ele criou era tão próximo e tão incorporado no meu dia a dia que fico pensando em quer vai preencher esse vazio. Em agosto, quando ele deixou a presidência da Apple, fiquei arrasada. Em férias na Itália, ninguém quis comentar o assunto. Fiquei mais indignada. Os italianos preferiram falar de comida do que do afastamento de Jobs. Esse gênio do terceiro milênio deixou um legado tão importante quanto da Vinci. Os dois eram preocupados com a funcionalidade e principalmente a beleza de suas criações. Com tinta, mármore, papel, o italiano nos deixou obras de arte. Com chips, telas, tecnologia, Jobs nos deixou um novo modo de interagir com esse admirável

Lá vem o sol

É engraçado acordar sem sol aqui no Rio. Parece que a cidade está incompleta. O dia nublado e, às vezes chuvoso, não combina com  cartão-postal da minha janela. O Cristo fica pedindo que pequenos raios de sol aparecem e o deixe aparecer....parece que ele fica tímido demais escondido embaixo de nuvens. Seus braços mesmo sempre abertos se tornam inalcansáveis ao nosso olhar e a sua benção. O carioca fica mais triste. O calçadão mais vazio. Os garis ainda insistem na tarefa inócua de varrer a areia para a praia. Todos os dias, os vejo nesta missão e me lembra a expressão "enxugar gelo". De qualquer forma,  a rua fica limpa e nós corredores a pé ou de bicicleta somos salvos do risco de escorregamos  e cairmos no chão. É bom esse clima de autoestima que invade todo mundo por aqui. A cidade está mais amada e consequentemente mais cuidada. Por isso, sempre é bom ter o sol espreitando na janela para aproveitar o dia lindo que nasce na Baia de Guanabara.

Rock in Rio: tantas emoções eu vivi

É longa minha ligação com esse megaevento. Fiz parte do bando de loucos que transformou o Rio em Woodstock, em 85 e na edicão de 2011, trabalhei como uma louca para levar conteúdo online para os assinantes da AOL com direito a transmissão de shows, chats, entrevistas...isso tudo sem nada de banda larga. Ontem, reencontrei esse evento que está cada vez mais grandioso e me deu uma saudade louca de não ter trabalhado para esse sucesso tremendo. Tudo está maior. O conceito mudou de show para diversão e as opções são muitas. Me supreendi com a batida da Ke$ha, apesar daquela cara de drogada, dancei ao show de Jamiroquai e me emocionei com Stevie Wonder. Cheguei em casa às 5 da manhã, lamentei que não tinho ido mais cedo na homenagem à Legião Urbana e conto os minutos para ir de novo hoje. Meu namorado não tem toda essa empolgação, mas tudo isso me fez sentir jovem de novo. Acabamos indo supertranquilos com CrisCard ( carro de um amiga), voltamos sem trânsito, comemos sem fila....o Nato at

Fim de semana de férias

Eu sempre digo que no Rio é sempre um clima de férias principalmente nos finais de semana. Este domingo foi mais uma prova desta minha teoria. Acordei com um telefonema do meu namorado que havia a troca de guarda no Forte de Copacabana. Me vesti e desci correndo para ver uma hora de apresentação de bandas marciais e mais uma daquelas cenas miltares que marcaram a nossa infância. O mastro da banda do Colégio Nilo Coelho havia falecido há uma semana e os alunos estavam emocionados. Choravam e tocavam sem desafinar. O maestro fez mesmo um bom trabalho em vida para deixar uma orquestra tão afinadinha mesmo com forte pressão emocional. Depois, fizemos um passeio por Ipanema e tivemos um almoço maravilho com polvo e peixe fresco comprados dos pescadores. No fim do dia, o Reserva Mais nos brindou com um show grátis do Davi Moraes. Tudo de bom no raio de menos de um 500 metros de distância. Que marrrravilha! Show de Davi Moraes Forte de Copacabana

A primeira visita do morro a gente nunca esquece

Todos já sabem que além da vista para Copacabana, Ipanena, Morro da Urca, Corcovado, da minha varanda avisto 5 favelas: bem de frente Pavão-Pavãozinho, à esquerda, Vidigal e à direita, Cantagalo, Chapéu da Mangueira e Babilônia. Pois bem, foi essa última que visitei por conta de m trabalho voluntário que estou fazendo para a Brazil Foundation. Mesmo estando sobre o regime de UPP, o taxista não quis subir e foi quase forçado pela polícia para ir até a entrada do morro. Seu medo era resultado de três assaltos à mão armada sofrido em favelas. Mas o que vi lá é uma tentativa de se reestabelecer a dignidade, a autoestima e o mínimo de infraestrutura para que seus 3 mil habitantes possam desfrutar do seu direito de ser cidadão sem ter que cruzar com pessoas armadas andando pela rua, como me explicou uma moradora. Agora, armas por lá só da polícia que está muito bem equipada. A Babilônia tem algumas particularidades: está no meio de uma APA (área de proteção ambiental); nasceu de cima para ba

A insustentável leveza do ser

Meu namorado não é do tipo sarado. Seus quase 100 quilos são bem distribuídos mas mesmo assim ele parece grande demais. O engraçado é que neste caso seu corpo físico é proporcional ao seu coração. Ele tem um coração do tamanho de um bonde repleto de carinho, atenção, sensibilidade e afeto. Por outro lado, esse corpão todo é desproporcional ao modo que ele vê a vida: para seus olhos, a vida é leve como um pluma. Na sexta-feira, ele chegou em casa e me encontrou em um estado de tristeza e frustação por causa da falta de trabalho aqui no Rio...por mais que seja maravilhoso poder curtir a praia todos os dias e aproveitar da cidade, para mim é super necessário essa ocupação de mente voltada para o lado profissional. E ele, que não tem nada a ver com isso, ouviu pacientemente, fez carinho e acima de tudo fez um monte de piada, me fazendo rir e me mostrando que nada é o fim do mundo. E com esse jeito, as coisas começam a clarear, o dia amanhece ensolarado, as horas passam mais tranquilas. É

Hora de sair de casa

Tem hoje uma notícia dando conta que pais italianos contrataram uma advogada para dar um ultimato do filho de 41 anos: ele tem de sair de casa em seis dias. O cara mora com a família, mas tem um bom emprego, exige que suas roupas sejam lavadas e passadas e a comida esteja pronta para ele. Seus pais alegam que não dá mais para mimar o filhote. O caso chama atenção para um fênomeno atual: cada vez é mais longa a permanência na casa dos pais. Uma pesquisa, divulgada em 2009, pelo Instituto Nacional de Estatísticas da Itália indica que sete entre dez italianos com idades entre 18 e 39 anos ainda vivem com a família e o governo estava pensando em criar uma lei que obrigue os filhos a deixarem suas casa aos 18 anos. Não devemos radicalizar. O convívio com a família é sempre bom, cria raízes, referências, bem estar....Claro que aqui o assunto só está sendo tratado na base da mordomia. Mas é muito mais que isso. Até a atual crise econômica pode ser um dos fatores para tal atitude. Mas, ven

Missa com show de Noa

A grande sensação no fim do verão em Panarea era o show da cantora Noa&Gil Dor . Ambos são judeus e e desde que se encontraram fazem duetos pelo mundo afora e atracaram por lá. A entrada era 50 euros com direito a um drinque. Desistimos de ir. Qual não foi a nossa surpresa ao chegar na missa de domingo e ela estar lá para cantar Ave Maria??? Foi um momento mágico para realmente abençoar essas férias lindas. No vídeo abaixo, um pedaço do show deles no Raya...

Ponto final nas Ilhas Eólicas

Eu já falei de Panarea aqui. Desta vez, ficamos mais uma de semana e ela nos servia como ponto de partida para uma vida no mar. Nossos amigos tinham barcos e a cada dia ancorávamos em uma ilha diferente. Visitamos Salinas onde na praia de Polara foi filmado "O Carteiro e o Poeta", Filicudi para almoçar, Volcano para uma banho na areia com sulfato conhecida com Fanghi (Abro esses parenteses para contar que essa areia entrou nos meus olhos e para me livrar da dor e ador, a sugestão dos habitantes locais foi pingar limão. O famoso pimenta não olho dos outros não arde. No meu ardeu demais). Durante os dias, era um verdadeiro parque de diversão aquático. Tinha jet-ski, mergulho, colchão e o mais diferente de todos: o seabob. Esse brinquedinho caro - mais de 10 mil euros - era um propulsor que servia para navegar e até ir ao fundo do mar. Uma delícia! Nos barcos, era um festival de comida e bebida. Muita conversa e risada. Sol, amigos e amor. Esse é  verdadeiro clima do verão.

Tropea: que praia!!!!!

Nós fizemos um longo giro pelo sul e voltamos para a Calábria e ali no quintal de casa, encontramos a melhor praia para um ótimo banho de mar. Um mar com todas as cores possíveis, cristalino, água quente...são apenas três quilometros, mas totalmente aproveitáveis. Fizemos a opção por uma praia um pouco mais selvagem, mas no centro da cidade, perto do castelo que foi destruído em 1876, tem lidos ótimos. E é nele que se pode provar uma comida bem típica: espaguete com cebola. A cebola de Tropea é conhecida em toda a Itália. Vermelha, saborosa e doce. O que serve até para fazer sorvete. Experimente na Tonino in the Corso. Aliás, o corso principal é um desfile de gente de todos os lugares do mundo e o vai e vem é constante. Parece a rua Direita de São Paulo de tão cheia. Aqui devo render uma homenagem à hospedagem que recebemos no Hotel Tropis com direito à massagem e manicure. Um luxo depois de tantos dias na estrada!

Novas formas de hospedagem

A discussão de economia criativa está em alta aqui no Rio de Janeiro. Todos buscam formas de valorizar a indústria do cinema, design, moda, turismo, artesanato, entre outras áreas. Na Itália, eles tinham um problema crônico: as cidades pequenas, charmosas, históricas e suas propriedades rurais estavam ficando esvaziadas com o êxodo dos habitantes para os pólos econômicos. Um movimento tem incentivado a permanência nestas fazendas em torno do negócio de agriturismo. Lembra um pouco os nossos hotéis-fazenda, mas o conceito é mais sofisticado. Tudo o que é servido dentro desses espaços seja para os hóspedes ou para os clientes dos restaurantes tem de ser produzido na terra. Na região de Olbia, conhecemos o  Stazzu Li Paladini . A simpática família de Alessandro Derosas trabalha todo lá e prepara uma festival de comida sarda de dar água na boca. Ainda servem vestidos em trajes típicos. O mais famoso é porco assado embaixo da terra, uma tradição antiga para evitar emitir fumaça e ser encont

Esqueça o conceito pé na areia

Verão para nós se resume em uma boa faixa de areia branca, um mar com ondas de temperatura amena, uma cadeira, um guarda sol, caiprinha e bom papo. Com isso, passamos a maior parte dos meses do ano em Terra Brasilis. Mas no reino da tarantella, a história é um pouco diferente. Primeiro, o verão se resume a um mês por ano: agosto e como todo munda está de férias e faz um calor de matar, vale qualquer coisa para se refrescar. As cadeiras e os guarda-sóis até que a gente encontra nas estruturas chamadas lido que oferecem também um bom serviço de praia com ducha e comida ( não pode faltar), agora areia branca e água quente, pode esquecer.  Onda, então, não existe. O mar é uma piscina de água salgada. Na Puglia, vi de tudo. A praia de Alumini, perto de Otranto, por exemplo, tem uma areia negra, vulcânica. Em Santa Maria di Leuca - assim chamada por causa de seus morros brancos - tem grutas lindas que são alcançáveis de barco. O resto se acomoda em rocha feito largato. Em Riva di Tessali, a

Otranto é uma porta de entrada para a Itália

Uma cidade totalmente fortificada. Era assim que Otranto se protegia das inúmeras invasões nos tempos antigos. Hoje, é a ligação mais perto da Albânia e também recebe milhares de imigrantes. O transporte direto de barcos foi descontinuado para tentar conter um pouco essa corrente migratória. No século XV, os métodos eram outros.O Farol de Palascìa servia para avisar Venezia de possíveis invasões. Quando se percebia uma tentativa de invasão turca, o farol era acesso e avistado por outro mais adiante, assim sucessivamente até chegar a informação no norte. Uma vez acionado, tropas eram enviadas para ajudar no combate. Certa vez, a comunicação falhou e a cidade foi tomada depois de 15 dias de resistência. Um outro método bem medieval era esperar os inimigos tentarem passar pelas muralhas e jogar óleo quente em cima deles. Hoje, a cidade está mais calma, vive de turismo e de suas terras férteis. Ainda bem!

Lecce: barroco na península salentina

Chegamos em Lecce  e no caminho para hotel encontramos um anfiteatro romano intacto com um espetáculo de ballet sendo apresentado. Noto da Puglia, Firenze do sul, a principal cidade da Puglia recebe diversos apelidos por sua arquitetura barroca e seu centro histórico ricamente preservado. Fundada há mais de 2 mil anos, fez parte de todos os impérios que se apossaram da Itália e por isso, o teatro datado do século II D.C. Suas igrejas são monumentais. A de Santa Croce era vizinha ao hotel Pátria, onde ficamos hospedados. Sua  construção foi iniciada em 1353 e concluída em 1695. A igreja apresenta uma fachada ricamente decorada. Formando parte do mesmo edifício, encontra-se o Palácio do Governo, antigamente um convento. A Duomo tem uma das maiores praças e lá se encontra o Museu Diocesano. Na praça principal, a de Santo Oronzo, tem uma porta doada pela cidade de Brindisi com a imagem do Santo e ali ao lado uma mordomia para os governantes poderem ver os espetáculos do teatro, um camar

A rua é pública ou privada?

A Itália tem os museus, as casas, os palácios e as ruas mais bonitas que já vi. E talvez por isso, o limite entre o público/privado é tênue. Se por aqui, os bares colocam suas mesas e cadeiras nas calçadas e não Choque de Ordem que dê jeito, lá parece que isto é uma instituição. Todo mundo põe e pronto. Em Ostuni, conhecida como a cidade branca, no centro onde não transita carros, é só virar uma das ruas estreitas e pronto: sofás, mesas e toda a sorte de lugar para sentar estão posicionados na frente do bar. Um dos mais belos que encontramos foi o Riccardo Café. Luzes de led no interior e almofadas azuis faziam um contraste singular com a arquitetura da cidade. Em Maglie, uma pizzaria foi além. A rua foi fechada com uma grade, as mesas foram para o meio dela com direito a música ao vivo e depois a participação de um DJ da rádio local. Não deu outra: virou um baile! Parecia uma cena de filme! Todos nós dançando na rua, com a história daquelas casas e uma lua cheia como testemunhas. Pode