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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Feliz 2011!

Faz já 10 dias que estou longe de casa e há muitos posts a fazer sobre essa viagem ao sul da Itália. Mas, acabamos de chegar em Milão para passar o Reveillon com os amigos do Nato. Será um ano atípico. Ele aqui na sua terra depois de 10 anos de Brasil. Eu, em uma cidade sem praia e com uma temperatura média de 2 graus. O que temos certo é que queremos estar um com o outro como fizemos a um ano. Naquela noite na Bahia, não se pensava em como chegamos até aqui. Hoje perguntei para ele em que momento deixar de ser mais uma para ser a uma. Aquele que ele escolheu. O que construímos esse ano em torno do que chamo de Loving Plan com datas e etapas que fomos cumprindo de maneira muito particular. Ora encurtando o tempo, ora aumentando a distância. Agora, chegamos aqui. Um ponto final desta ponte aérea louca de Milão e São Paulo em busca de um porto seguro só nosso. Um novo começo. Como todo ano pede. Definitivamente uma mudança: de cidade, status, amigos, trabalho, etc. Um 2011 que foi criado

Festa de Natal

Este ano, pela primeira vez, passei o Natal longe de minha família. Escolhi vir a Itália com meu namorado por razões muito pessoais, mas também por uma certa curiosidade em conhecer um Natal da minha origem. Natal para os católicos tem sempre um significado de abundância, mesa farta, presentes e uma pouco de oração. Famílias se reúnem em torno da mesa, riem, brincam, debocham, brigam. Parece igual em qualquer parte do mundo. O jantar foi na casa de Zia Maria e Zio Angelo com um cardápio de peixe: bacalhau, pasta com vôngole, mariscos, alcachofra recheada. No almoço, na casa dos pais do Nato, uma mesa de carne. De todos os tipos, mas servidos uma a um como o costume daqui. Eles nao misturam como nós fazemos. Colocamos tudo de uma vez na mesa. Vem aos poucos e por isso, você nunca sabe o que e quanto comer. Confesso que senti uma falta enorme da minha família. Usei o Skype, mas não foi a mesma coisa. Em 2011, vamos procurar uma maneira de juntar todo mundo para brindar essa festa linda.

Tano passami l'olio

Guarde bem este nome. Este é um dos melhores restaurantes que já pisei na vida. Até passou a vontade de conhecer o Ferran Adriá. Tano é o apelido do chefe Gaetano Simonato. Simpático, atencioso, atento aos detalhes de cada prato. O resto do nome do restaurante é porque a base de sua cozinha é o azeite de oliva. De todos os tipos de qualidades. Uma viagem pela Itália por esse fio de óleo finíssimo: Calabria, Sicilia, Piemonte, Toscana e por aí vai. Texturas, cores e cheiros diferentes. Todos saborosos e especiais. Se não bastasse isso, Tano prepara pratos com uma mistura perfeita de doce, salgado, pimenta, açúcar, texturas e sabores que se combinam harmoniosamente. Brinco que com esse nome, ele traduz em música notas para o paladar que são ímpares. O restaurante foi aberto em 1995, fica no famoso bairro Navigli e tem apenas 7 mesas, em um um total de 26 lugares que garante a atenção 100% do dono. No menu degustação, foram 8 pratos incluindo pão com azeite e uma sobremesa fantástica. O

Natal a dois

Adoro Natal! É uma festa linda e mesmo com todo o consumismo ( que também adoro), esse espírito mais fraterno, mais solidário, mais caloroso, acaba gerando uma onda super positiva para que a gente comece bem o ano. E Natal é acima de tudo uma festa em família. A minha sempre foi regada a muita comida, risada e sempre alguém vestido de papai noel tentando enganar as crianças. Minha sobrinha Victoria já perguntou: "O Paulo vai se vestir de Papai Noel este ano?" É assim que esta noite mágica rola depois claro da ida obrigatória a Missa do Galo. Este ano, depois de um longo dilema, escolhi vir a a Itália. Deixei minha família para entrar definitavemente em uma nova família que sempre me acolheu de braços abertos. A voz do sr Giuseppe ontem no telefone quando falei "sono arrivata" me deixou muito feliz. Será a oportunidade de conhecer uma nova forma de comemorar essa data tão querida. De partilhar bons sentimentos com novas pessoas. De estar ao lado do homem que escolhi

O valor da amizade

A amizade pode ter nomes, origens e significados distintos em culturas diferentes. Na verdade, essa relação que a gente vai formando ao longo da vida tem um valor maior do que qualquer outra pois é feita de escolha. A gente escolhe como e quando vai se relacionar, se vai ou não cultivar,  se relacionar, ampliar o círculo, mudar o círculo, reduzir o grupo, fazer networking. As amizades aparecem em determinadas épocas da vida, somem, reaparecem, pemanecem, perpetuam, são descartadas ou guardadas em nosso coração como um vulcão adormecido. Aquelas verdadeiras sempre ficarão na lembrança mesmo que a distância. É bom quando você ouve falar, encontra novamente, lê uma nota no Facebook. Aquela sensação boa sempre ressurge e um leve sorriso aparece em nosso rosto. Amizade não pede licença, não passa nota fiscal, não manda recado, não cobra. Tem  sempre uma palavra amiga, uma risada e até uma cara emburrada quando você acha que está errada.Fala na bucha. Não tem meias palavras. Pois o princípio

Butterflies in the stomach

Falando em frio na barriga, lembrei desta expressão em inglês que descreve essa sensação na boca do estômago. Eu tenho uma íntima relação com borboletas. Acho que me trazem sorte e também me lembram a todo momento como estamos sempre em processo de transformação. Muitas vezes, temos de nos recolher, entrar no casulo, ficar bem quietinha, depois sofrer dor de tentar abrir as asas naquele ambiente apertado, ir aos poucos se mostrando para finalmente, voar e mostrar sua beleza mundo afora. Esse sintoma físico, descrito por esse voo dentro da nossa barriga,  resulta do aumento da adrenalina no corpo que provoca uma alteração do fluxo do sangue do estômago para os músculos e  acaba reduzindo a fome. Na verdade, eu não tenho nenhuma vontade de comer. Só quero saber de pão. Não sei se é efeito desta ansiedade. Para ser um pouco mais exata, é como se, aos poucos, a ficha está caindo e vou me dando conta de todas essas novas mudanças que vem por aí. A questão ainda é que está em um estado de su

Como coloro che stanno sospesi

O título acima é um trecho do Inferno da Divina Commedia de Dante Alighieri, um dos clássico da literatura italiana. É uma frase de um email que recebi descrevendo uma situação de suspense e de ansiedade que estamos vivendo. A situação não é nenhum inferno, não. Todas as saídas são boas. Mas o que temos poucas e fortes certezas como é em geral  na vida de todo mundo. Por exemplo, a certeza da morte apesar de vivermos a maior parte do tempo com a sensação que somos imortais. Mas isso é assunto para outro post. O que quero falar aqui é que direcionamos a nossa vida a dois em cima da uma certeza: queremos estar juntos fisicamente o mais breve possível. Agora em que lugar do planeta poderá ser isso? As opções são muitas e com isso, vamos montando o quebra-cabeça do seu destino. Tentar conciliar casa, trabalho e expectativas em um só pacote, tem se tornado uma conta eterna de soma daqui, tira dali, multiplica acolá. Ficar no Brasil representa estar em um economia crescente com ótimas oportu

Um jantar dos deuses

A cozinha italiana é uma fonte inesgostável de ingredientes surpreendentes. Se de um lado, há uma simplicidade do molho de tomate e ervas de outro, há o cultuado tartufo bianco. Uma iguaria que já citei aqui quando estive na Itália em outubro. Agora, o meu namorado trouxe bem embaladinho, os fiscais da receita não sentiram o cheiro e tivemos um jantar dos deuses com meus primos Andrei e Fátima. Os antipastos foram queijo parmesão, salame e bruschetta. A entrada teve carpaccio com tartufo e uma opcão com queijo. O primeiro prato pasta com pesto, batata e vagem. Meu querido chef caprichou. E a peça de resistência, ovo com muuuuuuuito tartufi ralado. De sobremesa, peras com vinho. Aliás, o vinho era uma Amarone safra 2001. Perfeito. Mais um momento que só um expert, amigos e descontração  podem criar.

As cidades do bem viver

O Globo Repórter apresentou um programa sobre as cidades do bem viver na Itália. Este é um estilo de vida que os italianos estão querendo exportar para o mundo e levantar ainda mais a bandeira do "dolce far niente". Para receber o título do movimento, a cidade em questão tem de promover 55 metas estabelecidas que visam o bem estar da população. São atitudes simples como incentivar a produção local e a venda dos produtos produzidos na própria cidade, andar de bicicleta no lugar do carro, administrar melhor seu tempo, aproveitar cada momento para apreciar a comida, a bebida, a conversa com os amigos. A ideia nasceu na praça de Greve In Chianti, uma das cidades mais bonitas da Toscana. Considerada a capital da região do Chianti Classico, um dos tipos de vinho mais famosos da Itália, a cidade de 12 mil habitantes vem recebendo muitos turistas estrangeiros nas ultimas décadas e cresceu muito economicamente. Ainda assim, conseguiu manter a sua arquitetura e preservar a qualida