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Mostrando postagens de junho, 2017

Uma viagem no tempo

Deixando para trás a imensidão e a modernidade de Tokyo, fomos mergulhar no Japão antigo. Partimos para a cidade de Takayma, incrustada em um vale  em torno do chamado Alpes Japoneses. Ali, ainda se vive da mesma forma do período Edo com a todas as casas mantendo a arquitetura daquela época. Além disso, as pessoas que moram lá mantêm também os antigos hábitos. A cidade vira fantasma depois das cinco da tarde e olha que chegamos lá para passar o fim de semana. Se este era mesmo o espírito, resolvemos experimentar ao máximo e nos hospedamos em um Ryokan. O Sumiyoshi  é gerido por uma família japonesa com um vocabulário reduzido de palavras em inglês. A reserva foi feita diretamente pelo site/e-mail e o pagamento é em dinheiro. A gentileza dos anfitrões supera qualquer problema com a língua. Entre gestos e sorrisos, entendemos perfeitamente onde eram os banheiros públicos - caso quisemos usar, sendo que o quarto que reservamos tinha um privado - os jardins e o esquema de funcionamento.

Shirakawa-go: cenário de filme

Distante 50 minutos de Takayama, fomos visitar a belíssima vila de Shirakawa-go que quer dizer rio branco. Na verdade, em fotos de inverno, o nome é bem condizente, pois as casas construídas há mais de 250 anos ficam cobertas de neve. O estilo da arquitetura conhecida como Gassho-zukuri tem os telhados em forma de mãos unidos pela prece e então, o cenário fica mesmo espetacular. Estivémos lá na primavera e então, podemos observar com muita clareza a forma de construção de madeira e com o telhado coberto por plantas de arroz, que são trocadas a cada cinco anos. Mesmo sendo tombada como patrimônio da humanidade pela Unesco,  Shirakawa-go é uma vila de verdade, ou seja,  muita gente ainda mora naquelas casas e por isso apenas algumas estão abertas a visitação, outras se transformaram em lojas de presentes, hospedarias ou museus. As plantações de arroz e a fabricação de seda também fazem parte da economia local. Visitamos a Kanda House, uma das 114 casas  que fazem parte da vila e mont

Kyoto: capital cultural do Japão

Pensa em um lugar antigo. Kyoto foi fundada no século I, se tornando a capital do Japão Imperial, sendo substituída por Tóquio em 1868. Então, senta que lá vem estória. A ideia de colocá-la como centro político partiu de uma ordem do imperador que queria fugir do poder do clero budista. Só que não colou. A cidade conta com 1600 templos budistas e 400 locais de culto xintoísta. Na época da segunda guerra, entrou com um possível alvo da bomboa atômica que acabou sendo lançada em Hiroshima e Nagasaki. Os americanos não só pouparam a população como também as construções históricas e imperiais. Portanto,  é um local que merece pelo menos 5 dias para dar uma boa passeada. Nós ficamos só 3 e uma tarde ainda usamos para ir a Nara. Nesta pocket viagem, conhecemos 4 templos, a Vila Imperial e Gion, o bairro da gueixas e maikos, com bons restaurantes e ótimos pontos turísticos. 1. Gion Nossas amigas gueixas Logo que chegamos ao hotel Kyoto Royal Hotel & Spa , indaguei onde poderia v

Nara: o maior buda de bronze do mundo

A cidade de Nara fica a 50 km de Kyoto e antecedeu a cidade como capital do Japão entre 710 e 784,  sob o nome de Heijō-kyō. Nossa viagem até lá teve dois casos da delicadeza dos japoneses. Ao entrar no trem de Kyoto a Nara, teríamos de fazer uma baldeação. Perguntamos para duas ou três pessoas no vagão até encontrar uma turista indiana e um japonês que estava explicando qual a estação descer. Pegamos carona na conversa e descemos com eles. Ao perguntar se ele morava na cidade, nos informou que na verdade deveria descer 3 estações antes, mas resolveu nos acompanhar para ter certeza que estaríamos bem. Chegando em Nara e se dirigindo ao Centro Turístico, mais uma surpresa. Todas as pessoas - idosos a maioria - que trabalhavam lá, eram voluntários e até ofereciam além das dicas, acompanharmos como guia da cidade. Como tínhamos apenas uma tarde na cidade, optamos por seguir sozinhos e acelerar o passo. Mesmo assim de seis templos, conseguimos visitar dois. Começamos o tour de ônibus d

Naoshima: o Inhotim japonês

A abóbora mágica de Yayoi Kusama Como em um conto de fadas, uma abóbora mudou o destino de um ilha de 3 mil habitantes no Seto Inland, onde o mar do Japão encontra o Pacífico. Naoshima tinha como principal atividade econômica a pesca e o refino da materiais para indústrias coordenadas pela Mitsubishi. Isso mudou a partir dos anos 80, quando Soichiro Fukutake e a Benesse Corporation - voltada para a educação, se transvestiram de fada madrinha e resolveram transformar o local em um point da arte contemporânea a céu aberto e que tem como ícone uma abóbora gigante da artista japonesa Yayoi Kusama instalada no Porto Myanoura (tem outra na praia de Gotanji). Visão do Oval de Tado Ando Desde então, a vocação da ilha mudou e contaminou as vizinhas Teshima e Inujima. Para entrar neste reino encantado, a viagem é longa e cheia de baldeações. O trem parte de Okayama para Uno Port (com uma troca) e de lá pegar o ferry boat até Naoshima. E já que é para curtir o baile, a experência fica m

Seis cidades cercadas de poesia

" Amei-te, Oceano! Em meus folguedos juvenis ir levado em teu peito, como tua espuma, era um prazer; desde meus tempos infantis divertir-me com as ondas dava-me alegria;"  Os versos de Lord Byron reflete em o porquê da região de Cinque Terre e a sexta cidade, Porto Venere, na região da Liguria, da Itália, ser chamada de Golfo dos Poetas. O gótico poeta inglês escolheu Porto Venere como lugar de inspiração, mas, com certeza, não foi dali que surgiram seus versos sombrios. A cidade é uma das mais bonitas deste pequeno pedaço de terra declarado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade e foi a nossa porta de entrada para a visita de dois dias que fizemos por lá.  E foi pelo oceano que começamos a aventura saindo de Levanto. Vale lembrar que a outra boa base é La Spezia. As duas cidades, uma em cada ponta, são os pontos de partida pra conhecer Cinque Terre por barco e por trem.  Chegando em Levanto, já embarcamos em outro barco para fazer um giro pelas ilhas de Palmaria