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Mostrando postagens de setembro, 2010

Granita em São Paulo

Em maio, estive visitando o sul da Itália e fui na cidade natal do meu namorado, Messina. Lá conheci uma das diversas delícias da culinária italiana: a granita. Para tentar explicar, eles comparam com uma raspadinha, mas a consistência é muito mais cremosa, quase um sorbet. Digo que vem de lá a inspiração para os famosos espumones do Ferran Adriá. Comi em toda a minha estada, diversos sabores e com uma combinação com brioche, é sensacional. Ontem, conheci aqui em São Paulo, o restaurante Biondi do ator Caco Ciocler e Bruno Previato que está em regime de soft opening e tem no cardápio um versão deliciosa de uma sobremesa com granita de limão siciliano em uma base de frutas vermelhas. O chef é o italiano Rodolfo de Santis que acabou mudando para o Brasil por causa de uma brasiliana (conheço essa história!). Ele e Bruno trabalharam no La Pergola , o três estrelas Michelin de Roma sob a batura de Heinz Beck. Já vou fazer uma reserva para jantar lá na próxima semana. Por enquanto, ficamo

Frequencia sexual

Ontem, o programa Happy Hour, no GNT que sempre traz discussões saborosas, elevou a temperatura com o tema: Frequencia Sexual. Isso em cima daquela máxima que com o tempo, principalmente entre os casados, o sexo esfria e acaba aquela paixão inicial de todo dia/toda hora. Eu sempre fui contra isso...mas as minhas amigas casadas garantem que é verdadeira. Então, consideremos que seja a voz da experiência. Uma das sugestões dadas era marcar dia e hora para o rala e rola. Aí apareceu uma entrevista que tem um namorado que - olha a coincidência - mora na Itália e que se vêem a cada 4 meses. Já ajoelhei e agradeci a Deus pois vivendo a mesma situação, o máximo que ficamos separados foram longos 50 dias e juramos que nunca mais. Essa questão sexual acaba pesando muito no namoro à distância, sim. Eu brinco que quando estamos juntos, aproveitamos bem e eu faço uma reserva para os dias de secura. Se é que dá para fazer isso...pelo menos é uma forma de compensação. Cybersexo não faz parte do noss

Sou louco por ti, Corinthians!

O time mais popular do Brasil está completando 100 anos e o "parabéns" pode ser cantado em italiano, pois foi fundado como uma equipe de futebol no dia 1º de setembro de 1910 por um grupo de operários oriundi do bairro do Bom Retiro. Inicialmente, o time não tinha um nome definido, mas várias sugestões diferenciadas: a primeira foi Santos Dumont, em homenagem ao criador do avião; a outra foi Carlos Gomes, em homenagem aos italianos do bairro, já que o maestro escrevia suas óperas em italiano. Por fim, o nome escolhido foi inspirado no Corinthian FC de Londres, que excursionava pelo Brasil. Ganhou um s pois aquela turma não tinha ideia o que era plural em inglês. Por sua origem humilde, Corinthians acabou agregando não só uma massa torcedora apenas imigrantes de uma só nacionalidade, mas de diferentes lugares, principalmente da Europa. Pode-se ver isto por alguns jogadores que passaram pelo clube nos primeiros anos, como o espanhol Casemiro Gonzales; o português Horácio Coel

Ilha de Panaréa no Mediterrâneo

  No sul da Itália, existe um conjunto de ilhas conhecidas como Ilhas Eolie que são destinos de turistas e italianos na temporada de verão que se iniciou em primeiro de junho. Uma das mais charmosas, pequenas e cheia de badalação é a ilha de Panaréa , um pequeno pedaço de terra de 3,4 Km onde se encontra restaurantes, hotéis e bares de primeirissíma qualidade regada a hospidalidade ímpar. O Hotel Cincotta é o mais antigo e foi fundado pelo médico residente do vilarejo que previu o potencial turístico da região. O mar é de um azul claríssimo. E no final do dia,  o aperitivo fica por conta do Bar Raya que também abriga a única discoteca da cidade. Além de helicóptero, a única maneira de se chegar lá em pelo mar. A maioria atraca com a sua própria embarcação. Há um serviço de barco conhecido com aliscafo que liga ao continente e todas as ilhas vizinhas. A viagem é longa, mas vale muito a pena se programar para conhecer esse paraíso no Mediterâneo.

Hotel Biblos:uma obra de arte

Situado a menos de 7 km de Verona, o Biblos Art Hotel Vila Amistà faz qualquer um ficar de queixo caído com o seu contraste entre o que há de mais moderno em arte dentro de uma vila super aristrocrática do século XV. No hall, uma explosão de cores, fotos, esculturas de artistas como Takashi Murakami, Anish Kapoor, Sol Lewitt, Beatriz Millar, entre outros, sob um lustre de Murano histórico. Juro que a gente nem sabe para onde olhar! A seleção foi feita pelo designer e arquiteto Alessandro Mendini. Cada quarto é decorado de uma maneira completamente diferente – de novo misturando a arquitetura do lugar com uma mobília colorida e quase divertida. E quando pensa que já  viu tudo, no subsolo está um SPA  do Instituto Henri e Domenique Chenot com termas romanas com água a 50 graus. Um lugar distinto! Detalhe: realiza-se casamentos na pequena capela local com direito a festa na cantina ou no restaurante.

Itália na Bienal de São Paulo

A Bienal de São Paulo que está aberta à visitação até dezembro no Parque do Ibirapeura traz vários artistas contemporâneos italianos. Uma das mais bonitas instalações 350 Points towards Infinity é da artista Tatiana Trouvé que usa aço e pêndulos para falar do tempo tentar mostrar o equilíbrio que deve haver no mundo e em nossas vidas. A obra tem uma energia não recomendada para pessoas com marcapasso. Outro trabalho que chama atenção é de Anna Maria Maiolino, um italiana que migrou no pós-guerra a acabou se instalando no Brasil.Em Arroz e feijão , instalação feita durante a ditadura militar brasileira e poucas vezes remontada desde a volta do regime democrático, brotam sementes de arroz e feijão em pratos de louça servidos sobre uma longa e sombria mesa negra. Na parede, um vídeo mastiga esse obra fictícia. Agora o dinamarquês Joachim Koester traz em sua obra Tarantism um vídeo com pessoas dançando loucamente inspirado na dança típica: a tarantella. Segundo um mito italiano ap

Para entender José Mourinho

Hoje, no caderno Sábatico do Estadão, tem um artigo de Luiz Zanin Oricchio , sobre o livro L'Alieno Mourinho, de Sandri Modeo. O autor tenta descrever o caráter e o porquê do sucesso do treinador do Real Madrid que levou a Internazionale de Milão a conquistar a tripla coroa este ano. O que sei é que o cara realmente merece um livro. Merece estudos e estudos sobre o seu comportamento, carisma e habilidade. Sempre gostei de futebol. Acompanhei meu pai desde criança no jogos do Timão por esse Brasil afora. Depoiis trabalhei com meu querido Osmar Santos e dá-lhe jogo quarta e domingo. Em fevereiro, tive a chance de ver Inter e Sampdoria no San Siro. A emoção de entrar naquele templo do futebol foi enorme. Fora que é super organizado com uma mega buffet antes, no intervalo e depois do jogo. Nas cadeiras, aquela delícia de torcedores fanáticos: gritando, invadindo o campo, sendo cada um deles um Mourinho para motivar o time. Foi um empate de 0 x 0. Mas a atuação daquele time de Milito, E

Se aprende uma língua em qualquer idade?

A língua italiana é uma das lindas e sonoras que conheço. Como sempre fez parte da minha vida, me remete a infância, a momentos inesquecíveis no colo do meu avô, ao sotaque do bairro em que fui criada (salve, Penha!) Eu já havia estudado um pouco lá trás e voltei agora porque tenho que me comunicar com a turma  da Itália, principalmente os sogros que moram em Regio Calabria. Devo dizer que mesmo que me esforce, vou falar o italiano de Dante, a língua inventada na Academia sem os sotaques engraçadissimo do povo lá do Sul. Pois bem, a pergunta é será que vou conseguir chegar lá? Tenho feito porcamente aulas duas vezes por semana. E faço uma confusão danada com o espanhol e muitas vezes com o inglês. Ontem eu abusei: li a palavra merci como se fosse "obrigada" em francês, o que na verdade quer dizer "bens" em italiano. Na sinapse, em que o Tico tem de falar com o Teco, essa Torre de Babel em minha cabeça, acaba me apavorando porque, para mim, é essencial entender e me

Música italiana

Neste ano, a maior parte dos dias tenho acordado com um email do meu namorado com uma bela canção italiana. Ele, gentilmente, me manda com a letra para que seja mais fácil entender. Sou uma amante da MPB, mas não há como negar como a música italiana reflete esse calor, essa paixão, os rompantes que movem a cultura italiana. Já escutei clássicos, raps, dor de cotovelo, declarações de amor melosas. Tudo isso vai entrando em sua alma e criando um repertório de acolhimento e lembranças que só a música pode dar. Vou dividir isso com vocês ao longo do tempo. Hoje, vai ser uma mistura de Ana Carolina e Chiara Civello em um show ontem no Jockey Club. As duas brincaram com idioma, se emocionaram e encantaram uma platéia seleta que tinha como cenário o skyline de São Paulo. Nem precisa dizer o quanto chorei, né?

Carnaval em Veneza

Da minha metade italiana, metade dela é de Veneza. A outra metade, meu pai agora teima em dizer que é da Calabria. Tenho portanto uma ligação imensa com essa cidade mágica. Foi assim, com pura magia que Veneza me recebeu para o carnaval de 2010. Desde a nossa chegada, com as portas abertas do estacionamento central do lado do Vaporetto até a suíte senacional que ficamos hospedamos no Hotel Sina . Não sei se foi obra do acaso ou os dedos dos Deuses. Sei apenas que tudo fluia com delicadeza e beleza assim como os canais que cortam a cidade. Tomamos um aperitivo no Harry's, andamos de mãos dadas na praça São Marco, rimos brincando com as máscaras, tentamos alugar uma fantasia, mas acabei usando o famoso pretinho básico no festa do Teatro Fenice. Foi uma emoção única dançar naquele prédio histórico, ainda mais porque da última vez que estive em lá ainda estava fechado por causa do incêndio. E claro, teve o passeio do gondôla com uma boa e romântica canção italiana como trilha sonora.

É hora de começar

Esse negócio de escrever um blog sempre me pareceu importante se vc realmente tivesse algo a falar. Eu sempre tenho. Fala mais que a Emília do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Como diz a empregada da minha måe: sou uma garota "opinada". Tenho opinião sobre tudo e sobre todos. E muitas vezes, o fato de expressá-la assim sem nenhuma censura e com total transparência me colocou em muitas, muitas, mas muitas saias-justas mesmo. Mas tem uma coisa que aprendi: isso sou eu e assim que me posiciono no mundo com toda a dicotomia que tem no tiítulo deste blog. Sim, sou fruto de duas culturas diferentes que agora aos 44 anos voltam a se entrelaçar por causa da uma história de amor que nasceu sob a luz da lua cheia na noite de revéillon, na Bahia e hoje, se perpetua a mais de 10 mil quilômetros de distância. Eu,em São Paulo. Ele, em Milão.  Agradecemos todos os dias o Nosso Senhor Skype que nos permitiu manter, crescer e fomentar essa relação. Esse espaço que abro agora é uma forma de partilha