O Rio é uma cidade múltipla e aberta as mais diferentes tipos de pessoas, manifestações, jeito de viver e de se vestir. Tive a oportunidade de presenciar isso em dois eventos seguidos: a Parada Gay no domingo e a palestra de Jean Paul Gaultier na segunda, promovida pelo Fashion Rio e FFW no Espaço Tom Jobim. A roupa aqui ganha um caráter quase político nas duas situações. Para serem aceitos nas suas escolhas pessoais, os gays se "montam" em fantasias femininas cheias de humor e de beleza e se tornam iguais as mulheres ( mesmo que de uma forma caricaturada). Para ser aceito como diferente no mundo fashion, Gaultier preferiu o caminho oposto: acentuar ainda mais essas diferenças flertando com o mundo punk, burlesco, das mulheres gordas, dos andróginos. Na palestra, ele afirmou que isso tudo era uma homenagem as mulheres. Para que neste cenário eclético, as características femininas pudessem sobressair. Assim como na parada, o importante era realçar esse lado que é tantas vezes descriminado por quem tem a coragem de optar por gostar de ser humano, independente de sexo e raça. São dois exemplos distintos de respeito ao outro com um particular ao trabalho de Gaultier. Em suas coleções, ele inspira, faz sonhar, nos transporta para um lugar mágico onde tudo é permitido mesmo usando singelas listras brancas e azuis marinhas que fez dele um ícone da moda mundial.
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