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Pilanesberg: caça aos Big Five

Ir a África do Sul e não fazer um safari é a mesma coisa que ir a Roma e não ver o Papa. A reserva mais conhecida do país é o Kruger,  mas o acesso até lá não é fácil. Tem que pegar um vôo em Joanesburgo - lembrando que os aviões são pequenos e tem restrições de bagagem - ou encarar 5 horas de viagem de carro.

Um opção mais perto é o parque público de Pilanesberg que fica a 220km e que dá cerca de 2h30 de viagem. O local é o quarto maior parque da África do Sul e estrategicamente está situado na cratera de um vulcão extinto há 1,2 bilhões de anos, com diâmetro de quase 600 km². Essa origem possibilitou a ser um celeiro de mais de 8.000 animais, entre pássaros, mamíferos, répteis e anfíbios.
A paisagem é de tirar o fôlego e o cinturão alcalino formado pelas erupções do vulcão é um dos 3 únicos exemplos do gênero no mundo.
Os famosos Big Five: leão, elefante, búfalo, leopardo e rinoceronte, foram sendo integrados aos poucos na reserva  e vivem soltos por lá e a maior diversão é "caçar" os lugares onde estão. Por isso, o que chamamos de safari, lá se dá o nome de game drivers. São viagens em jeeps de cerca de 3 horas, feitas logo pela manhã (6h) e a tarde (16h) que giram as estradas a procura dos animais. O movimento é livre, inclusive para carros particulares que pagam uma taxa para entrar. Só que as vantagens de se fazer com um guia são o conhecimento do local, as informações sobre os bichos e a troca de dicas com outros carros para encontrá-los em uma área tão grande e ainda um cafezinho ou drink com uma paradinha técnica no meio da savana. Dicas preciosas: filtro solar e casaco. Parece dicotômico. Mas faz calor e frio na duração total do passeio. Tem até um cobertorzinho no carro para dar aquele aquecida.


Dentro do parque e vizinho a ele, no resort Sun City, há muitas opções de hospedagem. A nossa foi no Ivory Tree Games Lodge que tem uma boa estrutura com chalés, piscina e um spa com massagistas maravilhosas e atenciosas. Atenção com seus pertences. Como é um local aberto, deixe tudo de valor no cofre. As refeições são em estilo buffet: saborosas e bem servidas. Passamos duas noites lá. O primeiro jantar foi em uma parte reservada do hotel com uma fogueira e uma mega churrasqueira assando carne e frango. Se joga para experimentar de tudo só lembrando que a pimenta é acentuada por lá.  Eu provei o biltong que é uma espécie de carne seca que eles comem como petisco, a pap, um bolinho de farinha branca tipo uma tapioca, regado a Chakalaka um molho apimentado de vegetais e quase sempre tem feijões em sua composição, assim como cebola, alho, tomates e curry.

A experiência mais impressionante vou jantar em meio a selva. As mesas e o buffet foram montadas dentro de um espaço cercado por fogueiras e com cada um dos guias de plantão com rifles para nos proteger dos animais. Um grupo musical nos ensinou a tocar tambor criando uma conexão direta com o Brasil. A noite estava estrelada e quente. Uma atmosfera difícil de cair no esquecimento. Viajar ee acima de tudo criar memórias afetivas que alegram as nossas almas e dão gás para seguir em frente.






Veja também:
Para comer e beber: Stellenbosch e Franschhoek
Cidade do Cabo: a meca do turismo da África do Sul
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