"Saudades de viajar, né minha filha?” Sim, tem muita gente louca para pegar a estrada. Para ser mais exata, 70% afirmam que passou a valorizar mais o hábito de viajar após a experiência de confinamento. Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pelo site Hoteis.com, entre os dias 15 e 24 de julho, com 500 participantes de todo o País. E desta turma, incluindo euzinha, 47% escolheriam fazer uma viagem pelo Brasil.
Depois de sete meses em casa, aproveitamos o feriado da Independência para passar 10 dias no Nordeste e fazer o roteiro que inclui: Lençóis Maranhenses, Delta do Parnaíba e Jericoacoara. Vou logo avisando é pouco tempo para os três. Então, seja racional. Por uma semana, escolha apenas dois deles ou até um se quiser realmente curtir e aproveitar bem as delícias que cada um tem a oferecer e levando em conta o tempo gasto em traslados que são longos e demorados.
A viagem começou por São Luís sendo que por ora, por causa das restrições de voos, não há nenhum direto partindo do Rio de Janeiro. Fizemos escala em Recife o que alonga ainda mais. São Luís não é uma cidade preparada para o turismo apesar de sua arquitetura com muitos azulejos herdada dos portugueses é um marco no centro histórico. As praias urbanas também são poucas. Então, um giro rápido e uma noite bem dormida é suficiente por lá. Nos hospedamos no hotel Luzeiros na Ponta do Farol, um dos bairros nobres da cidade. Ali, as normas de prevenção ao novo coronavírus estão sendo seguidas à risca o que dá uma certa tranquilidade ao turista.O que vale mesmo o passeio é comer na Casa de Juja. A simpática chef Ana Lula (a Juja) abre as portas de sua casa para um verdadeiro banquete de comidas típicas maranhenses, especializadas em frutos do mar. Para conhecer esse “ateliê de gastronomia” é preciso reservar (98-98768-6716 / 98811-5112) e informar o número de pessoas e aí é só relaxar.
A decoração do restaurante é extremamente charmosa e tem o atendimento exclusivo da Juja que entre um prato e outro preparado na hora e de forma artesanal, vai contando sua estória de 40 anos de culinária. Ela participa dos principais festivais gastrinômicos do País como o Fartura e o da cidade mineira de Tiradentes. Teve por muitos anos um ponto no centro de São Luis que ajudou a revitalizar a região, mas acabou optando por ficar na sua casa e receber seus clientes como verdadeiros hospédes.
A entrada foram três bolinhos de aipim recheados com camarão, siri e carne seca. Em seguida, experimentamos o Arroz do Mar, o destaque do restaurante, e que traz em sua receita camarões, lulas, mexilhões e muito mais; o Trio do Mar com camarões grelhados, lagostas grelhadas, lagostas em crosta de castanhas e filé de pescada crocante, a Ilha Magnética com diversos tipos de frutos do mar fritos e empanados; uma salada de camarão fresco, legumes grelhados, arroz de cuxá, vatapá, purê de aipim e vinagrete. O sabor ainda está na minha boca.
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A conversa rolou solta e até pintou um convite para uma visita ao Rio. Um detalhe: se gosta de harmonizar esses maravilhosos pratos, leve seu próprio vinho. A adega da casa é bem restrita.
No dia seguinte, pegamos o carro e encaramos a estrada até Barreirinha. Não espere uma autopista. Não é sequer duplicada. A vantagem é que não existem pedágios nem mesmo até Jeri. Talvez seja uma solução privatizá-la para transformá-la em algo que realmente se possa chamar de rodovia. Prepare-se para longos trechos sem acostamento, muitos, mas muitos buracos e alguns trechos sem nenhum asfalto.
A rota da Emoções faz juz ao nome. Não só pela beleza mas pelos perrengues que atravessamos nos passeios, mas é um destino que vale a pena ser explorado, conhecido e divulgado.
Acompanhe aqui os detalhes:
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