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Solidariedade brasileira

Eu tenho uma sorte na vida: viajo com um passagem da TAM que é oferecida aos funcionários e familiares que dá um descontão, mas você só viaja se tiver lugar livre. Venho aproveitando disto sem nenhum problema, até está volta ao Brasil. Esperei por cinco dias para embarcar em Malpensa e quando comprei uma passagem normal, finalmente, embarcaram todos os que estavam na fila. Era uma grupo de 15 pessoas que por causa desta situação, acabou criando laços fortes de solidariedade. Cada um contava sua história, tentava ajudar com um hotel, um táxi, um biscoito. Todos torciam uns pelos outros. Não tinha um clima de que vou tentar passar na sua frente, dar um jeitinho brasileiro. Esperamos juntos divindido a nossa tensão, nossos medos, nossos problemas. Claro que sempre um outro fica um pouco mais irritado, reclama, mas sabem  as regras do benefício. Meu namorado já era parte do time, contando piada, fazendo graça, sempre cuidando de todo.  Eu, por mais que a situação era ruim por causa do trabalho, ganhava sempre um dia a amais ao lado do meu amado com direito a jantares, cinema, jogos de futebol. Reclamar de quê? O atendimento em solo da companhia liderado pela supervisora Alda foi sempre atencioso e querendo de alguma forma ajudar. Não pude acompanhar o rosto aliviado quando a lista começou ser liberada. Mas senti a mesma felicidade dentro do avião quando estávamos todos juntos apesar de pegar mil euros desnecessariamente. É um jogo e sempre ganhamos com a paciência e com um monte de novos amigos. O vôo não foi tranquilo. Houve um problema no fechamento da porta do porão. Ficamos 5 horas a mais em solo. Mas, enfim estávamos lá embarcando de volto para a minha metade brasileira. Teve até festa de um grupo de crianças que foi jogar no Milan....era ou não só alegria!

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